B. Piropo
Colunista de Informática e Professor da PUC e da Univercidade / RJ
Caderno de Informática - O Globo - 04/fev/2001

Pois ocorre que a Internet oferece uma oportunidade inigualável para divulgar manifestações culturais regionais que sem ela ficariam restritas à área de origem. E enquanto no maior centro cultural do país o foco das atenções é o funk e a densa poesia de suas letras (“goza na cara, goza na boca, goza onde quiser”, deus meu, que coisa tão delicada e graciosa…), no Pará viceja um movimento cultural fortíssimo que mistura ritmos locais (como o carimbó e o boi-bumbá) com música caribenha (merengue e zouk love, derivado do zouk da Martinica, palavra que significa “festa” e deu nome à dança e ao ritmo), além de gêneros tipicamente belenenses, como o brega pop.

Confesso que não fosse pela Internet, eu jamais tomaria conhecimento deles. Mas basta visitar o sítio Bregapop em para se ter uma idéia do que está rolando por lá.

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Nas seções dos diversos gêneros musicais (além dos citados, há a lambada, a cúmbia e a MPP, de Música Popular Paraense) pode-se encontrar um breve texto sobre o gênero e, o que é mais importante, centenas de amostras para saborear caso se tenha o Windows Media Player instalado. Há ainda um fórum de discussão e diversas seções informativas (José Roberto da Costa Ferreira, o responsável pelo sítio, é estudante de informática). Vale a pena a visita quando não para comparar a poesia e ingenuidade da letra do carimbó “Fita verde” (se eu soubesse que tu vinha, eu fazia o dia maior, dava um nó na fita verde prá prendê o raio do sol) com a fina sutileza e inteligência da letra do funk “Máquina do sexo” (eu transo igual um animal, a Chatuba de Mesquita do bonde do sexo anal… Ranca cabaço, é bonde dos careca).

Dá uma vontade de mudar para Belém…